terça-feira, janeiro 26, 2010

Sobre louvor e adoração




Um dia estava com saudades de ouvir a música "Amor de Deus", da banda Fruto Sagrado, e coloquei no YouTube para eu ouvir enquanto fazia outras coisas na internet. Em determinado ponto resolvi ler os comentários dos vídeos e logo percebi que não deveria ter feito isso.

Uma discussão sem fim estava ocorrendo sobre se essa música era de adoração ou não. Alguém chegou a dizer:"a maioria das musicas de 15 minutos e musicas pekenas so que o espeirito Santo age entao a coisa flue.. ja igreja ja tocamos 30 minutos a mesma musica os mesmos 4 acordes e o espirito santo fluia, e a gnt nao casava. "

A primeira coisa que me entristece nessas discussões são os erros de português. Não digo nem da linguagem da internet, mas de erros mesmo. Para discutir uma música, que é um representante de arte e cultura, as pessoas deveriam ao menos saber a língua que estão falando, ou digitando, no caso.

O fato de ter uma discussão vazia sobre quanto tempo uma música de adoração dura não só me entristece, como me enoja.

Tenho a esperança de que isso seja apenas mais uma ignorância referente à língua nativa. Segundo o dicionário Aurélio de língua portuguesa, "adoração" tem o seguinte significado: "s.f. Ação de adorar. / Amor extremo."

Não vou discutir aqui sobre o verdadeiro significado da adoração cristã, que transcende a questão
musical, mas sobre o que é a música de adoração.

Os cristãos tendem a querer colocar tudo em caixas, em repartições, têm uma mania chata de querer colocar tudo em arquivos, em modelos. Uma música de adoração é simplesmente uma música que fale de amar a Deus, ou mesmo de gratidão ao amor dele, como é o caso da música do Fruto Sagrado. Se essa é uma categoria musical só existente no meio gospel, então que seja utilizada da maneira correta. David Quinlan faz lindas músicas de adoração de 15 minutos, mas uma música de um minuto que uma criança inventa na escola no intervalo para o lanche pode ser uma música de adoração também. Uma música de adoração é, enfim, toda música que tenha o conteúdo de "amor extremo" a Deus.

A discussão no YouTube é tão longa e desnecessária, que eles esqueceram de parar para ouvir a beleza da poesia do vídeo que estavam comentando.

Que Jesus nos abençoe.


segunda-feira, janeiro 25, 2010

O diário de Lot - o grito dos desesperados (Parte II)


"O justo odeia a palavra de mentira, mas o ímpio faz vergonha e se confunde."

Resolvido com a instituição que seria uma oportunidade de ouro a ida de André, acertamos as passagens e nos preparávamos para ir para o país que foi assolado pelo terremoto. Admito que estava muito inseguro. Estava perdendo um grande emprego e meu chefe, ou melhor, antigo chefe, disse que estava cometendo um grave erro, mas que sabia que isso iria acontecer uma hora. Por outro lado, meus antigos colegas me deram apoio e ficaram louvando minha atitude. Eu sempre deixava claro que eu não podia fazer isso sozinho. O Autor movia isso dentro de mim. E isso não era nem um pouco de demagogia, eu sabia que realmente não era capaz de fazer o que estava prestes a fazer. Por mais que possa parecer o contrário por esses relatos, eu tenho muitas falhas, muitos erros. Sou longe de ser alguém bom, quanto mais alguém perfeito. A minha sorte é que o Autor é perfeito por mim, ele é muito mais que bom por mim.

Apesar disso tudo, fui muito contente contar a notícia para André de que tínhamos conseguido acertar a viagem.

L: Ei André!!
A: Pela empolgação só posso presumir que você conseguiu...
L: Isso mesmo! Animado?
A: Não é exatamente animador ir para um país todo destruído e cheio de pessoas sofrendo. Motivado, por outro lado, estou bastante.
L: Que bom! Partimos sexta-feira.
A: Ok, tenho três dias para me arrumar.
L: Dá, não dá?
A: Dá sim.
L: Então te vejo na sexta, tenho que acertar uns detalhes burocráticos ainda até lá.
A: Ok, até sexta então.
L: Até.

Os detalhes burocráticos que eu tinha que arrumar na verdade eram interiores. Eu ainda não estava no país que iria viajar, mas conseguia ouvir um grito. Um não, milhares de grito. Milhares de gritos juntos que soavam como um só grito ensurdecedor. Não era pesadelo, não podia ouvir de verdade, no sentido fisiológico da palavra, mas ouvia dentro de mim, nunca vou saber explicar exatamente o que eu sentia. O fato é que apesar de tudo eu ainda estava muito inseguro e cansado. As pessoas que se diziam seguidoras da mensagem cada vez mais se apegavam à ideia de que ser seguidor da mensagem significa não ter nenhuma dificuldade na vida. Se eles analisassem bem, o próprio Filho então não devia seguir a mensagem, afinal, Ele foi sacrificado da forma mais cruel possível em sua época e sociedade.

Obviamente, não deixava nada disso claro para André. Apesar de ser um grande amigo, minhas incertezas e inseguranças só fariam mal para ele. Ele iria dizer que confirmara a sua tese de que a mensagem não era verdadeira. Isso eu pensava antes de viajar, é claro.

Na sexta-feira, com tudo pronto, embarcamos no avião. No caminho André se mostrava com um brilho no olhar que eu nunca tinha visto antes nele. Resolvi iniciar um diálogo com ele.

L: Expectativa?
A: O que?
L: Esse seu olhar, é expectativa para o que irá acontecer lá?
A: Acho que sim, na verdade, nunca fiz algo de tão grande na minha vida. Sempre te admirei por isso. Talvez eu nem seja capaz disso. Isso é, você tem certeza de tudo, a minha vida é cheia de dúvidas.

Naquele momento vi que esconder dele minha insegurança causara o efeito contrário do que eu pretendia.

L: Certeza, na verdade, só tenho que vou morar com o Autor um dia.
A: O que você quer dizer?
L: Não sou nenhum herói André, sou apenas um ser humano. Também tenho medo e dúvidas.
A: Eu sei disso, eu lembro que você tinha medo naquela época da perseguição idiota contra você, mas mesmo assim você tinha certeza, não estou sabendo me expressar.
L: Eu não tinha naquela época e não tenho agora, mas sei que vai dar certo.
A: Porque?
L: Eu só sei.

Chegamos ao nosso destino e distribuimos cestas básicas, roupas, auxílio. André sabia um pouco de francês e conseguiu se comunicar mais do que eu. Ele gostava de me contar as histórias de superação daquela gente. Gostava de ver que estava sendo útil. Vivia me dizendo que iria levar esperança calado, porque só quem podia fazê-lo com palavras era a equipe dos seguidores da mensagem. Passamos duas semanas no país quando percebi que os gritos de desespero que ouvia eram como as mensagens de esperança de André. Eram gritos silenciosos. Gritos que ninguém podia ouvir, só ver. Ao me contar a história de uma criança que tinha perdido os pais e os irmãos no terremoto André disse que não entendia como o Autor podia deixar isso acontecer, mas de alguma forma alguém cuidava daquele menino. Mesmo em meio a tanto sofrimento e dor conseguimos levar algo que nenhuma comida ou roupa poderia levar - conforto. Dedicamos muito tempo a ouvir as pessoas, e André foi nosso tradutor pessoal.

No final da viagem conseguimos firmar um pacto com uma instituição local de assistência aos sobreviventes e nos comprometemos a continuar mandando ajuda. A alegria no rosto de cada criança, homem e idosos, mesmo sem saber se iriam um dia ter uma casa para morar de novo ou uma família para ser apoiado, nos dava esperança de dias melhores. Fomos para levar consolo e, no fim, nós é que acabamos por ser consolados.

Quando voltamos ao Brasil André disse logo de cara:

A: Tudo que aconteceu lá foi incrível. Nunca vou me esquecer dessa experiência. Quero continuar fazendo o bem, mas, como você mesmo já disse certa vez, isso não significa entrada para a casa do Autor. Ainda não consigo acreditar na mensagem, me desculpe.

Claro que aquilo me deixou profundamente chateado. Mas o fato de ver que André se abria mais para fazer coisas comigo me deixava com esperança. Acho que foi o grito silencioso dos desesperados que implantou isso em mim.

No fim os mensageiros impostores sumiram da mídia. A verdade prevaleceu. A compaixão humana, ainda que falha, foi mostrada mais que a pretensão de justiça de alguns.

sexta-feira, janeiro 22, 2010

A semana das tragédias


Está certo que a tragédia do Haiti foi na última semana, mas parece que o mundo está acordando mais para essa notícia essa semana. Todos os blogs que eu acompanho falaram pelo menos duas vezes sobre esse assunto essa semana. Eu, particularmente, prefiro evitar falar sobre esse assunto. Acho que não sou forte o suficiente para escrever sobre isso. Não sou forte nem para discutir sobre a tragédia em si - milhares de pessoas mortas, milhões de pessoas feridas e desabrigadas - como também não sou forte para ver o que os pseudocristãos dizem nesse momento.


Resolvi escrever porque acredito que minha falta de forças não justificaria tamanha irresponsabilidade essa que seria negar o direito de expressar minha opinião sobre o assunto.


Eu acredito que Deus é poderoso e que se importa com a humanidade, e quase posso dizer que tenho certeza que ele não causou essa tragédia. Também não foi algo do acaso. Isso é consequência do pecado humano, sim, mas não acredito que seja diretamente relacionado ao pecado daquela nação. É consequência do pecado uma vez que o ser humano caiu uma vez em pecado, há muito tempo, e desde então todos nós somos pecadores e todo o mundo está desequilibrado. Se os terremotos no Haiti fossem um castigo de Deus contra aquela nação seria algo que Ele próprio avisaria, como fez com Israel no tempo do Antigo Testamento.


Ele não seria injusto se quisesse mandar um raio na minha cabeça agora. Eu sou pecadora por natureza. "O salário do pecado é a morte, mas (e esse mas é que faz toda a diferença) o dom gratuito de Deus é a vida eterna". Esse versículo, que está registrado em Romanos 6:23, é a cartada final contra qualquer Pat Robertson que se levante por aí. TODOS nós deveríamos morrer porque somos pecadores. Entretanto, a partir do momento em que o próprio Deus veio pagar o preço que Ele cobrou para nos salvar, estamos "livres" desse jugo. Vamos morrer, é certo, e muitos de nós vamos sofrer na vida. Mas ele está sempre ao nosso lado. A diferença é essa quando somos cristãos. Nós conseguimos ter forças para continuar lutando depois da tempestade, porque Ele nos dá forças. O povo do Haiti, por exemplo, como negar a igreja forte que está surgindo dos restos mortais daquele país? E por forte quero dizer realmente isso. Uma árvore que cresce em meio a dificuldade extrema terá mais força para enfrentar os desastres do que aquelas que nasceram em um clima tranquilo. Isso é o que entendo por Igreja forte. E não uma igreja com muitos bens, grande quantidade de pessoas ou grande destaque na mídia.


Cada notícia boa que vejo sobre a tragédia (trinta pessoas resgatadas depois de vários dias, a senhora que saiu cantando de onde ficou soterrada, a mãe que reencontra seu bebê depois de uma semana), me dá esperanças. Esperança que a situação lá vai melhorar. Não importa o tempo que levar, mas vai melhorar. É claro que com o mundo todo se mobilizando as coisas vão melhorar mais rápido. As tragédias fazem o lado verdadeiro do ser humano surgir. Ou ele mostra a bondade que há no seu coração, ou a crueldade. E são nesses grupos que divido aqueles que dizem alguma coisa sobre a tragédia. Como cristã eu gostaria muito que aqueles que dizem professar a mesma fé que eu mostrassem a bondade que Cristo nos ensinou, mas infelizmente são muitos os que fazem exatamente o contrário.


Como igreja de Cristo devemos sofrer com os nossos irmãos haitianos. Se uma unha do dedo mindinho quebrar todo o nosso corpo irá se mobilizar até que a ferida esteja curada. A unha do dedo mindinho da igreja está quebrada e sangrando, por isso devemos sofrer com o povo no Haiti. E mesmo por aqueles que não são cristãos, porque são seres humanos como nós, afinal, quantos morreram sem conhecer a Cristo? É nossa culpa. Nós temos uma missão - levar o evangelho a todo o mundo. E evangelho não é apenas o "Jesus te ama" que estamos acostumados a pronunciar tão roboticamente. Evangelho são boas novas. E as boas novas de Cristo são capazes de transformar o ser humano integralmente. A igreja deveria estar lá para criar estruturas melhores para as casas, as escolas, as famílias. Obviamente ao dizer isso corro o risco de ser injusta. Sei que há muitos por lá fazendo a missão integral acontecer. E sei que muitos de nós não estão no Haiti, mas estão na Europa, na África e nos outros continentes. Mas sei também que há muitos que deveriam estar lá e estão sendo negligentes.


Desculpem pelas frases jogadas, é o que sei fazer quando tento escrever sobre alguma tragédia. O que sei, em síntese, é que meu coração fica apertado quando leio cada notícia dizendo que o número de mortos aumentou, que a chuva em São Paulo já matou nove pessoas, que aqueles que se dizem cristãos condenam pecadores como eles próprios. É como uma criança com o dedo no nariz rindo do coleguinha que soltou um pum na sala. Mas eu acredito que daquele vale de ossos secos pode surgir um exército. Acredito que meus irmãos haitianos vão fazer história porque passaram por isso. E acredito que a fidelidade de Deus continua a mesma, assim como sua bondade e justiça.

quinta-feira, janeiro 21, 2010

Formatura


Hoje é dia do culto da minha formatura no curso de Fonoaudiologia na UFMG.

Amanhã é dia da colação de grau.


E para celebrar esse momento, segue meu versículo preferido da Bíblia:


vaD Daq jIH Daq yIn ghaH Christ, je Daq Hegh ghaH gain.


E alguns versículos de agradecimento:


joH'a' upholds Hoch 'Iv pum,

je raises Dung Hoch chaH 'Iv 'oH bowed bIng.145:15

The mInDu' vo' Hoch loS vaD SoH.

SoH nob chaH chaj Soj Daq due season.

SoH poSmoH lIj ghop,

je yonmoH the neH vo' Hoch yIntaH Doch.

joH'a' ghaH QaQtaHghach Daq Hoch Daj Hemey,

je gracious Daq Hoch Daj vum.

joH'a' ghaH Sum Daq Hoch chaH 'Iv ja' Daq ghaH,

Daq Hoch 'Iv ja' Daq ghaH Daq vIt.

ghaH DIchDaq rIn the neH vo' chaH 'Iv taHvIp ghaH.

ghaH je DIchDaq Qoy chaj SaQ, je DIchDaq toD chaH.

joH'a' poltaH Hoch chaH 'Iv muSHa' ghaH,

'ach Hoch the mIgh ghaH DIchDaq Qaw'.

wIj nuj DIchDaq jatlh the naD vo' joH'a'.

chaw' Hoch ghab ghurmoH Daj le' pong reH je ever.




(Fp 1:21 e Sl 145:14-21 - Em Klingon)

quarta-feira, janeiro 20, 2010

Anotações de "O Jesus que eu nunca conheci"

Philip Yancey
"Tentou Jesus na parte boa do ser humano, sem o mal (...): usar uma coroa, mas não uma cruz (a tentação a que Jesus resistiu, muitos de nós, seus discípulos, ainda a desejamos)" - p. 74

"Começando com a tentação, Jesus mostrou relutância em torcer as regras da Terra" - p. 75

"Mas não houve livramento, nem milagre, nem alívio, nem um caminho sem dor. Para Jesus salvar os outros, bastante simples, não poderia salvar-se a si mesmo" - p. 76

"A bondade não pode ser imposta externamente, do alto para baixo; tem de crescer internamente, de baixo para cima" - p. 79

"Embora o poder possa forçar a obediência, apenas o amor pode provocar a reação de amor, que é a única coisa que Deus deseja de nós, sendo a razão de nos ter criado" - p.81

"A restrição de Deus cria oportunidade para os que se opõem a Deus" - p.82

"O verdadeiro salvador (...) não teve a compulsão de converter todo o mundo enquanto viveu ou de curar as pessoas que não estivessem prontas para a cura" - p.83

"[Jesus] Tinha uma paciência inexaurível com os indivíduos, mas não tinha paciência nenhuma com as instituições e com a injustiça" - p. 93

"O criador das nuvens de chuva estava sendo molhado pela chuva, o criador das estrelas estava com calor e suado, sob o sol da Palestina. Jesus sujeitou-se às leis naturais mesmo quando, até certo nível, vinha de encontro aos seus desejos. (...) Ele viveria e morreria pelas regras da Terra" - p. 96

"Era preciso 'fazer as contas dos gastos', disse Jesus, advertindo qualquer um que se atrevesse a segui-lo" - p. 102

"Interessante que os demônios nunca deixaram de reconhecê-lo [Jesus] como o 'santo de Deus' ou como o 'filho do Altíssimo'; eram os seres humanos que questionavam sua identidade" - p.103

"Quando viveu na terra rodeou-se de pessoas comuns que não o entendiam direito, não exerciam muito poder espiritual e às vezes se comportavam como alunos mal-educados" - p.106

"Como um sino tocando de outro mundo, a promessa de recompensa de Jesus proclama que, não importa a aparência das coisas, não há futuro no mal, apenas no bem" - p.119

"A dependência, a tristeza, o arrependimento, um anseio de mudar - estes são os portões para o reino de Deus" - p.122

"...a mudança moral não se realiza por meios imorais" - p.130

"Somos julgados pela justiça de Cristo que vive em nós, não a nossa justiça" - p.154

"A graça é para os desesperados, os necessitados, os quebrantados, os que não conseguem realizar nada por si mesmos. A graça é para todos nós" - p.156

"O sermão do monte nos força a reconhecer a grande distância entre Deus e nós, e qualquer tentativa de reduzir essa distância de alguma forma moderando suas exigências nos daz errar o alvo completamente" - p.156

"O legalismo, como os fariseus, vai sempre falhar, não porque seja severo demais, mas porque não é suficientemente severo" - p.156

"Os tapa-olhos teológicos não caem com facilidade" - p.183

"embora a fé possa possa produzir milagres, milagres não produzem necessariamente a fé" - p.183

"Jesus nunca encontrou enfermidade que não pudesse curar, defeito de nascença que não pudesse curar, defeito de nascença que não pudesse exorcizar. Mas encontrou céticos que não pôde convencer e pecadores que não pôde converter. O perdão dos pecados exige um ato de vontade da parte de quem recebe, e alguns que ouviram as palavras mais incisivas de Jesus sobre graça e perdão afastaram-se sem arrependimento" - p. 187


"embora Jesus gastasse mais tempo em questões como a hipocrisia, o legalismo e o orgulho não conheço nenhum ministério de televisão dedicado a curar esses problemas 'espirituais', mas conheço muitos que se centralizam em doenças físicas" - p. 188


"entretanto, é bom lembrar com que facilidade me sinto atormentado pelo mais leve ataque de sofrimento físico, e com que raridade me sinto atormentado pelo pecado" - p.188


"Ele estava trazendo uma mensagem dura de obediência e sacrifício, não um espetáculo de segunda categoria para basbaques e amantes de sensacionalismo" - p.190


"Judas não foi o primeiro nem o último a trair Jesus, simplesmente foi o mais famoso" - p.206


"Amarrado, rodeado de guardas armados, a própria figura do desamparo, Jesus parecia a figura menos messiânica de toda Israel" - p.211


"A religião, não a irreligião, acusou a Jesus; a lei, não a falta de lei, mandou executá-lo" - p.217


"O poder, não importa qual a sua boa intenção, tende a provocar sofrimento. O amor, sendo vulnerável, o absorve. Num ponto de convergência em uma colina chamada Calvário, Deus renunciou a um por causa do outro" - p.219


"Jesus conseguiu transformar um bando choroso de discípulos nada confiáveis em evangelistas ousados; onde homens o abandonaram na hora da morte morreram como mártires depositando a fé num Cristo ressurreto; esses poucos testemunhos conseguiram liberar uma força que venceria violenta oposição primeiro em Jerusalém e depois em Roma - essa sequência notável de transformação oferece a mais convincente evidência da ressureição. O que mais explicaria essa mudança incrível de homens conhecidos por sua covardia e instabilidade?" - p.231


"A Páscoa o torna [Jesus] perigoso. Por causa da Páscoa tenho que ouvir suas extravagantes reivindicações e não posso mais selecionar e escolher entre as suas palavras" - p.242


"Nada agradou Jesus mais do que os sucessos dos seus discípulos; nada o perturbou mais do que os seus fracassos" - p.243


"O tempo todo [Jesus] planejava partir a fim de executar o seu trabalho em outro corpo. O corpo deles. O nosso corpo. O novo corpo de Cristo" - p.244


"Subindo ao céu, Jesus assumiu o risco de ser esquecido" - p.247


"Se não podemos detectar a presença de Deus no mundo, pode ser que tenhamos procurado nos lugares errados" - p.249


"Quando Jesus partiu, deixou as chaves do reino em nossas mãos desajeitadas" - p.251


"Como poderia um grupo de homens e mulheres nada santos constituírem o corpo de Cristo? Respondo com uma pergunta diferente: como pode um homem pecador, eu mesmo, ser aceito como filho de Deus? Um milagre torna possível o outro" - p.253


"Toda a natureza humana resiste vigorosamente à graça, porque a graça nos modifica, e a mudança é dolorosa" - Flannary O' Connor - p.254 (respondendo uma carta de um leitor)


"Os judeus desejavam o que as pessoas sempre desejaram de um reino visível: um frango em cada panela, emprego certo, um excército forte para deter os invasores. Jesus anunciou um reino que significava negar-se a si mesmo, assumir uma cruz, renunciar às riquezas, até mesmo amar seus inimigos. Conforme ele o comentava, as expectativas das multidões se esfarelavam" - p.260


"As questões que confrontam os cristãos numa sociedade secular devem ser encaradas, discutidas e legisladas, e uma democracia dá aos cristãos todo o direito de se expressarem. Mas não nos atrevemos a investir tanto no reino deste mundo que negligenciemos nossa tarefa principal de apresentar as pessoas a um tipo diferente de reino, fundamentado apenas na graça e no perdão de Deus" - p.266

"Quando Jesus vivia na terra fez os cegos verem e os alejados andarem; ele vai voltar para governar num reino que não terá mais enfermidades nem incapacidades. Na terra ele morreu e ressuscitou; na sua volta, a morte não existirá mais. Na terra ele expulsou demônios; na sua volta, ele destruirá o maligno. Na terra, ele veio como um bebê nascido numa manjedoura; ele vai voltar na figura deslumbrante descrita no livro de Apocalipse. O reino que ele iniciou na terra não foi o fim; apenas o começo do fim" - p.273

"Percebo, ao olhar para a vida de Jesus, como nos distanciamos do equilíbrio divino que ele estabeleceu para nós. O homem de Nazaré era um amigo dos pecadores, mas sem pecado, um padrão que deveria nos convencer das duas coisas" - p.281

"Ou Ele [Jesus] era o Filho de Deus enviado para salvar o mundo um um impostor que merecia ser crucificado. O povo do seu tempo entendeu a escolha binária de maneira exata" - p.285

"O que adianta orar se Deus já sabe todas as coisas? Jesus silencia tais questões: ele orou, por isso também devo orar" - p.286

"Jesus é o filho pródigo do pai pródigo que deu tudo o que o Pai lhe tinha confiado para que eu pudesse me tornar como ele e voltar com ele para a casa de seu Pai" - Henri Nouwen - p.290

"A história de Jesus é a história de uma celebração, uma história de amor. Acarreta sofrimento e decepção, sim, para Deus como também para nós. Mas Jesus personifica a promessa de um Deus que não medirá esforços para nos trazer de volta. Não foi a menor das realizações de Jesus ele nos ter feito de alguma forma amáveis para Deus" - p.291

" '(...) Em nenhum outro livro de nossa cultura podemos encontrar um gráfico mais explícito de nossa necessidade, esse incrível e imenso arco brilhante: frágeis criaturas feitas pela mão de Deus, arremassadas no espaço, depois apanhadas finalmente por um homem de certa forma como nós mesmos" - Reynolds Price - p.291

"A encarnação mostra ao homem a grandeza de sua miséria pela grandeza do remédio que exigiu" - Pascal - p.291

"O filho de Deus teve de encontrar-se com o mal pessoalmente de um modo em que a divindade perfeita jamais a havia antes encontrado. Ele teve de perdoar o pecado assumindo o nosso pecado. Teve de derrotar a morte morrendo. Teve de aprender a simpatizar com os seres humanos tornando-se um deles" - p. 295

"A cruz representa para nós as profundas verdades que não fariam sentido sem ela. A cruz dá esperança quando não há esperança (...). Aquelas mesmas coisas que nos fazem sentir insuficientes, que espoliam a esperança, são as que Deus utiliza para realizar a sua obra. Para ter a prova, olhem para a cruz" - p.295

"Nada - nem mesmo o assassinato do Filho do próprio Deus - pode acabar com o relacionamento de Deus com os seres humanos. Na alquimia da redenção, esse tão infame crime transforma-se em nossa força curadora" - p.296

"Deus chora conosco para que possamos um dia rir com ele" - Jurgen Moltmann - p.296

"Os discípulos que viveram os dois dias, a sexta-feira e o domingo, nunca mais duvidaram de Deus. Aprenderam que, quando Deus parece mais sem força, pode ser mais poderoso, quando Deus parece mais morto, pode estar voltando à vida. Aprenderam a nunca mais pensar que Deus está vencido" - p.297

terça-feira, janeiro 19, 2010

Um sistema perfeito


"Para onde me irei do teu espírito, ou para onde fugirei da tua face?" - sL 139:7


Há alguns dias meu namorado formatou meu computador, que antes tinha o Windows Vista, instalando o Windows 7. Discutimos sobre como o Windows Vista carregava muito a máquina para funcionar precariamente, e como o Windows 7 carregava menos para trabalhar melhor. Depois discutimos como a aparência do 7 lembra em muitas coisas a aparência do Mac, mas não chega nem perto do desenvolvimento deste.

Logo depois pensei na existência humana, na salvação. Quando não conhecemos a Deus, não somos salvos por Jesus, ficamos carregando peso demais inutilmente, e nossa vida é vazia, precária. Quando Jesus nos alcança com sua graça é como se todo o nosso sistema estivesse sendo formatado, com um novo sistema operacional mais bonito e eficiente. A felicidade é muito grande em cada descoberta, em cada recurso que descobrimos que temos agora que somos salvos, mas ainda parece estar faltando alguma coisa, o sistema ainda tem falhas, os vírus do pecado ainda podem nos atingir, por melhor que seja nosso antivírus para combatê-lo. Sabemos, entretanto, que chegará um dia onde tudo em nós será aperfeiçoado. Não haverá bugs ou spams para nos incomodar. O sistema será rápido e eficiente e nenhum tipo de vírus chegará perto de nós. Não teremos que passar por nenhuma atualização de software ou formatação. Não precisaremos escanear o disco em busca de erros e nem tampouco precisaremos desfragmentá-lo. Alcançaremos enfim, a perfeição e estaremos perto do nosso criador o tempo todo, para o adorar e louvar.

Pode parecer brincadeira, pode ter gente que nem goste tanto assim do Mac como eu gosto, mas a verdade é que é possível enxergar Deus em todos os detalhes de nossas vidas. Na verdade, é impossível passar um dia inteiro sem perceber algum toque de Deus nesses detalhes.

Saber do cuidado dele por nós a cada dia, em todos os momentos, saber que ele nos permite devaneios como esse meu apenas para nos lembrar que Ele está conosco nos torna mais felizes, e mais libertos também.

O meu intuito ao colocar o versículo de Salmos no início desse texto foi para reforçar exatamente esse ponto. Não há lugar para o qual possamos ir para fugirmos de Deus. Jesus, como bem disse Stott, em seu maravilhoso livro "Porque sou cristão", é o "cão de caça do céu" e não irá se aquietar enquanto não conseguir nos alcançar. Não há nenhuma parte de nós que Ele não queira para si e não há nada de tão ruim que tenhamos feito que possa fazê-lo desistir de nos querer. Ele nos ama, sem imposição de condições, sem exigências e até mesmo sem dívidas a serem pagas, porque Ele mesmo pagou o preço que era necessário na cruz para nos salvar. Ele cumpriu o perfeito amor e a perfeita justiça de Deus em um só ato com seu sacrifício. E é por isso que podemos ser felizes ainda aqui na Terra, mesmo com situações difíceis e imperfeições. E é por isso também que podemos sonhar com o céu e a eternidade, seja imaginando as coisas legais que vão ter lá, seja fazendo analogias bobas como comparar um ser humano a sistemas operacionais de computador.

*Fonte da imagem: Rua Direita

segunda-feira, janeiro 18, 2010

O diário de Lot - o grito dos desesperados


"A boca do justo é fonte de vida, mas a violência cobre a boca dos perversos."

Logo que minhas dúvidas sumiram e eu consegui entender a confusão que estava minha mente ocorreu um acidente terrível em um pequeno país da América Central. Foi o pior desastre natural ocorrido na história moderna da humanidade.

Junto com essa tragédia, foi inevitável que perguntas tradicionais sobre o Autor surgissem, como: "se Ele existe, porque deixou isso acontecer?"

Estou acostumado a ouvir isso. Qualquer tragédia humana, seja ela individual ou coletiva, leva a esses questionamentos. Mas também surgiram muitos que supostamente estão envolvidos com a mensagem para falar ao público. Eu esperava ver conforto e esperança saindo da boca desses homens, mas o que surgiu foi apenas julgamento e crítica. "Eles atraíram isso ao se envolverem com o Vodu", disse um deles. Outro chegou a dizer que o que aconteceu foi bom e proposital para que as pessoas se achegassem ao Autor.

O que aconteceu? Minha mente voltou a encher-se de minhocas gordas e emaranhadas umas nas outras. Que livro essas pessoas estavam lendo? Não seria o mesmo livro onde eu li "Exortamos vocês, irmãos, a que advirtam os ociosos, confortem os desanimados, auxiliem os fracos, sejam pacientes para com todos"?

Cheguei a um ponto onde fiquei cansado desse tipo de pessoas que dizem falar do Autor da vida e da mensagem que leva a vida e na verdade só espalham a morte. Morte, sim, porque ao dizerem algo que está totalmente contra aquilo que está na palavra da vida eles automaticamente estão pregando morte.

André veio falar comigo naquela semana.

A: E você ainda quer que eu acredite no Autor que você prega. No mínimo Ele é um autor desastrado que não percebeu quando esbarrou na terra e produziu aquilo ou Ele é um sádico e mimado que fica sacudindo, literalmente, as pessoas quando elas vão contra Ele.

Eu fiquei em silêncio por alguns segundos.

A: Ok, Lot, eu sei que você acredita nisso, e você é o mais próximo do que já consegui ver de bondade nesse possível Autor que você prega. Mas quando olho em volta não consigo ver mais nada.
L: Se você se basear em mim então realmente está perdido. (nós dois rimos um pouco). Sério. Eu estou chocado com o que aquele cara da TV disse. Eu sei que o que eu li é diferente do que ele falou. De fato eu não sei o que ocorreu naquele país. Não tenho explicação e não sei se há algum propósito em dizimar milhares de vidas. Eu não acredito que o Autor seja assim. Acredito, sim, que isso é consequência do desvio dos humanos do Caminho, mas não acredito que isso é culpa dos nativos de lá. Se é pra culpar alguém, então eu culpo a mim mesmo. Cada vez que menti, cada vez que deixei de fazer algo bom, foi um pequeno ato que no final resultou naquilo. Todos nós somos culpados, mas devemos mostrar compaixão àquelas pessoas. A propósito, fiquei sabendo de três instituições do caminho que já mandaram equipe e ajuda financeira para lá.
A: Eu não ouvi nada disso.
L: O bem não tem que ser exibido. Tem que ser feito.
A: Você vai fazer alguma coisa?
L: Entrei em contato com uma dessas instituições e disse que queria me voluntariar. Aproveitar que nos formamos agora, não vou perder aula.
A: Mas você conseguiu um ótimo emprego agora, cara!
L: Eu sei, mas eu não posso deixar de fazer alguma coisa. Principalmente depois de ouvir aquilo na TV.
A:Você é o único cara que conheço que faria algo assim pela mensagem, cara!
L: Não sou o único. Várias pessoas fizeram o mesmo. E eu faço isso pelo Autor, pelas pessoas de lá. Além do mais, os nativos de lá acabaram tendo que largar empregos, casas, famílias, os que sobreviveram. Só que não foi porque eles quiseram.
A: Você sabe que isso não vai me convencer a acreditar na mensagem, as contradições ainda são muito gritantes para mim, mas você acha que eu posso ir com vocês? Tipo, eu não sou corajoso igual a você de largar um grande emprego. Como ainda tenho um dinheiro guardado do estágio que fazia na faculdade e não estou empregado ainda...
L: Você está falando sério???
A: Claro que estou! Você acha que eu brincaria com uma coisa dessas?

André estava visivelmente constrangido, mas a disposição dele e a esperança de ajudar alguém era visível em seus olhos.

L: Você sabe que vamos levar ajuda e a esperança do Autor para eles certo?
A: Eu fico com a parte da ajuda, hehe.
L: Ainda não está tudo certo da viagem, mas assim que encontrar com o pessoal eu falo com eles e te passo uma posição, combinado?
A: Ok. Mas me fala mesmo, porque eu tenho que avisar para meus pais.
L: Ok

Apesar de minha revolta continuar pelo que via na TV e lia na internet em relação aos pseudoseguidores da mensagem, a disposição de André me dava esperanças.

Continua...

domingo, janeiro 17, 2010

Em [re]construção


Repararam que no meu cronograma não previ nada para o fim de semana? É que é pra ser meu momento espontâneo, às vezes publicar algo urgente ou sei lá, só publicar.

Hoje na verdade só vim dar um aviso: retirei todos os meus links da barra lateral. Estou pensando em uma reconstrução do blog, com um logo bonitinho, uma nova aparência também. E tenho vários novos blogs e sites para linkar, por isso retirei todos, para poder organizar melhor quando o novo layout ficar pronto. Não sei quando será isso, porque tenho agora um projeto paralelo chamado "Cineclube Get", para desenvolver.

O Cineclube Get será um espaço para discutir filmes sob a óptica cristã. Nada de falar mal de filmes, vamos fazer análises de cinema sob o ponto de vista cristão. O projeto ainda está em andamento, mas vou tentar conciliar as duas atividades ao mesmo tempo, sem deixar nenhuma no prejuízo.

That's it.

See you guys!

quinta-feira, janeiro 07, 2010

Cronograma do blog

Em meio a esse clima bom de planos de ano-novo, um de meus objetivos é firmar mais as postagens aqui no blog. Esse ano terei um calendário fixo, em que cada dia terá um tipo de postagem. Não necessariamente todos os dias terão postagens, mas vou tentar postar em cada tema pelo menos de 15 em 15 dias. Então vamos lá:

Segunda-feira: Dia do ''Diário de Lot'' - eu estou com saudades dele, e vocês?
Terça-feira: Dia de postagem reflexiva, normalmente sobre textos da Bíblia
Quarta-feira: Dia de ''Anotações de...'' - espaço dedicado às anotações que faço dos livros que eu leio.
Quinta-feira: Dia de postagem sobre o cotidiano. Ainda definindo títulos, mas as ''Crônicas do coletivo'' estão inseridas aqui e comentários sobre futebol também.
Sexta-feira: Dia de comentário retrospectivo sobre as notícias da semana (Novo!!)

Bem, é isso.

Enjoy it.

God bless you!

quarta-feira, janeiro 06, 2010

Expectativas de ano novo

É certo que é meio clichê escrever uma lista de expectativas quando inicia-se um novo ano. Para mim, entretanto, isso tem um significado muito maior que apenas tradição. Quem leu meu último post ou, mais ainda, quem me acompanhou durante o ano de 2009 sabe o quão desanimada eu estava.

Então fui passar o reveillon num sítio de uns amigos e foi quando tudo mudou. Não vi nenhum anjo, ouvi uma voz no trovão não, nada disso. Vi e ouvi Deus como costuma acontecer sempre comigo. Observando as coisas simples da vida.

Acreditei que a situação difícil iria mudar quando vi a corrente das águas do rio.

Senti que tinha esperança quando acordei com o canto dos pássaros.

Vi que meus sonhos para esse ano não tinham acabado quando conversei com uma jovem apaixonada.

Um ano com grandes expectativas exigem muito trabalho, eu sei, mas agora eu tenho pelo que batalhar.

Não sei como será esse ano, não sei se meus sonhos vão ser realizados, se vou conseguir concretizar meus planos.

Só sei que enquanto eu ouvir o som dos pássaros e apreciar a brincadeira das crianças eu vou acreditar que as coisas vão ser diferentes.

Esse ano as coisas vão ser diferentes. E vocês vão conferir isso em dezembro, quando eu escrever a retrospectiva.

Fiquem com Jesus =D

Veja mais em

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