sexta-feira, agosto 14, 2009

Instrumentos da justiça, mesmo pecadores


"Não ofereçam os membros do corpo de vocês ao pecado, como instrumento de injustiça; antes ofereçam-se a Deus como quem voltou da morte para a vida; e ofereçam os membros do corpo de vocês a ele, como instrumentos de justiça" - Rm 6:13

Há alguns dias, logo após cometer um pecado, fui orar, bastante arrependida, e em seguida fui ler a Bíblia. Esperava encontrar palavras de advertência contra o meu pecado naquilo que estava programado em meu devocional diário. De fato encontrei, mas em alguns outros capítulos tive uma ideia para escrever um texto. Na mesma hora pensei: "Isso não pode estar certo, eu acabei de pecar! De que forma eu poderia ser usada por Deus para falar alguma coisa boa para alguém?"

Tive minha resposta em seguida, por meio de um pensamento que surgiu no momento: O meu pecado não pode atrapalhar minha missão. As vidas que precisam da salvação ou, mesmo cristãs que precisem de uma transformação, um alento, ou alguma coisa do tipo, não irão simplesmente ficar esperando cada vez que eu pecar.

O pecado atrasa minha caminhada cristã. Ele atrapalha minha comunhão com Deus e me impede de amadurecer mais na fé. Isso faz com que eu esteja a anos-luz de distância de onde Deus quer que eu esteja como pessoa, como cristã, e até mesmo no amadurecimento da minha missão. Mas, mesmo sendo tão pecadora como sou, enquanto cristã eu ainda tenho uma missão. Apenas se eu não aceitar o perdão de Deus e ficar remoendo a minha própria culpa é que essa missão vai ficar estacionada. No que depender dEle, vidas vão continuar sendo salva e transformadas através de mim, se eu estiver disposta a fazer o que Ele me disser para fazer.

O fato é que não estamos acostumados a esse tipo de perdão. Na melhor das hipóteses esperamos o perdão de uma pessoa algumas horas depois de a termos ofendido. Mas o perdão de Deus é muito semelhante ao das crianças.

Não sei se você já teve a oportunidade de presenciar uma briga infantil, mas na maioria das vezes o que acontece é o seguinte: as crianças estão brincando até que, por algum motivo, acontece uma briga. Elas ficam com raiva. Alguns minutos depois, talvez até menos de um minuto depois, uma delas resolve pedir desculpas. E, automaticamente elas voltam a brincar como se nada tivesse acontecido. Em algumas vezes elas se perdoam instantaneamente, sem nem mesmo uma delas terem pedido desculpas.

Deus age de forma semelhante a essa. Em sua plena santidade e amor que tem por nós, ele fica chateado quando pecamos. E ele anseia por nos perdoar. Quando tomamos coragem e pedimos perdão, ele esquece o que aconteceu, atira "nossos pecados nas profundezas do mar" (Mq 7:19b). E se nós aceitarmos que ele nos perdoou, Ele está disposto a continuar nos usando para a sua obra.

Em suma, aprendi uma lição importante naquele dia:

Eu tenho que buscar a santidade acima de qualquer outra coisa na minha vida, e é o que tento fazer dia após dia. Entretanto, minha natureza pecadora se manifesta algumas vezes e eu peco contra Deus, e contra mim mesma. Eu tenho que me arrepender do que fiz porque foi algo que me fez merecedora do inferno mais do que nunca, porque eu desagradei a Deus e fugi dos planos e propósitos dele para minha vida. Mas, mesmo não sendo digna do perdão de Deus, da salvação e menos ainda de servir a Ele, tenho que estar disposta a fazer a sua obra, a cumprir minha missão na Terra.

Tenho que oferecer-me a Deus como quem voltou da morte para a vida, e devo oferecer meus membros a Ele, como instrumentos de justiça. A minha missão pode ser realizada, apesar do meu pecado, quando eu me arrepender dele, porque "dele, por ele e para ele são todas as coisas. A ele seja a glória para sempre! Amém" (Rm 11:36)

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